Suposta vítima de Marcelinho PB faz novo exame para constar no inquérito



Vítima diz que tem cicatriz e exame pode mudar indiciamento de jogador.

Inquérito que indicia jogador por esturpo já dura oito meses.

Do G1 PB

Polícia Civil mantém indiciamento de Marcelinho por suposta tentativa de estupro (Foto: Karoline Zilah/G1)Promotor solicitou novo exame com vítima e inquérito
de Marcelinho pode mudar (Foto: Karoline Zilah/G1)
Um novo exame de corpo de delito foi realizado e anexado nesta quinta-feira (2) ao inquérito que indicia o jogador Marcelinho Paraíba por estupro. O atleta é suspeito de forçar a suposta vítima a beijá-lo durante uma festa, em Campina Grande, em novembro do ano passado.

De acordo com a Polícia Civil, o exame foi feito porque a suposta vítima procurou a Delegacia da Mulher e alegou ter ficado com uma cicatriz no rosto em função de um possível agressão do jogador. De acordo com o promotor do caso, Marcus Leite, a novidade pode mudar o inquérito, pois se for confirmado que a cicatriz foi causada pelo suspeito, a descrição do crime pode passar de estupro com lesão leve para lesão grave.
Segundo o coordenador da Central de Polícia de Campina Grande, delegado Kelson Vasconcelos, o exame foi solicitado pela própria vítima há cerca de 15 dias e foi realizado no Núcleo de Medicina Legal (Numol), em Campina Grande. Ele disse que o inquérito já havia sido concluído e o novo exame foi apenas anexado às páginas do documento para auxiliar na avaliação do Ministério Público.

O inquérito já foi para o Ministério Público e voltou para as mãos da delegada pela terceira vez, e o crime aconteceu há oito meses. Três promotores já acompanharam o caso. No dia 20 de junho de 2012, o Ministério Público o reenviou à delegacia pela segunda vez, solicitando que fosse feita uma acariação entre duas testemunhas, pois elas estariam apresentando versões diferentes. A acariação foi feita e o inquérito enviado para o promotor Marcus Leite. Mas, na tarde da quarta-feira (1), ele reenviou o documento para a delegacia para que o novo exame fosse anexado.
O advogado de Marcelinho, Afonso Vilar, disse que não acredita que essas novas diligências possam modificar a espécie do indiciamento do jogador. "Eu estranho porque, na época da confusão, ela não falou nada sobre cicatriz e agora apresenta esse argumento justamente quando a delegada encerrou o inquérito e iria entregar ao Ministério Público. Ou seja, são sucessivas acusações que tecnicamente não devem ter força em um futuro processo", disse.
O inquérito agora está com a delegada da mulher de Campina Grande, Herta França, e deve ser remetido ainda esta semana para o MP.  O resultado do exame não foi divulgado, mas Marcus Leite disse que ele pode interferir no indiciamento de Marcelinho. "Se for comprovado que a cicatriz foi causada por uma suposta agressão, Marcelinho seria citado por lesão grave em vez de lesão leve, o que muda a conotação da acusação", disse o promotor.
O promotor agora espera receber o inquérito para avaliá-lo e decidir se oferece denúncia contra o atleta e quais seriam as acusações. A delegada Herta de França citou a presença de 'lesão leve' nos lábios da vítima, com base nos primeiros exames de corpo de delito, o que já sustenta o indiciamento por estupro. Mas, em posse do novo exame, o promotor pode pedir uma condenação mais grave para ele ou até nem aceitar o indiciamento da Polícia Civil. Quanto à demora na entrega do inquérito, ele disse que foram necessárias novas diligências e que o prazo estava dentro do estipulado porque o suspeito citado está em liberdade provisória.
Entenda o caso
marcelinho paraíba (Foto: Reprodução/TV Paraíba)Jogador foi detido em novembro de 2011
(Foto: Reprodução/TV Paraíba)
De acordo Fernando Zoccola, primeiro delegado que atuou no caso, a suposta vítima afirmou em depoimento que o crime aconteceu de madrugada em uma festa no sítio do jogador em sua cidade natal, Campina Grande, para comemorar a ascenção do Sport, time em que jogava, à Série A do Campeonato Brasileiro. O caso aconteceu no dia 30 de novembro de 2011.
Segundo ela, Marcelinho forçou um beijo e a agrediu, puxando seus cabelos. A mulher apresentava cortes na boca e foi levada para a Unidade de Medicina Legal (UML) para ser submetida a um exame de corpo de delito.
Além de Marcelinho Paraíba, outros três amigos foram detidos durante o tumulto. Eles foram indiciados por resistência à prisão e desacato a policiais militares. Na ocasião o jogador chegou a ser preso no presídio Serrotão e foi liberado após uma determinação da Justiça.
Durante as investigações o irmão da vítima, o delegado Rodrigo Pinheiro, foi afastado de suas atividades na 5ª Delegacia Distrital de Campina Grande depois de ter sido acusado pelo jogador de ter voltado à festa com a Polícia Militar e ter efetuado disparos, após ter tirado a irmã do local.
Em entrevista no dia da prisão do atleta, Rodrigo Pinheiro negou ter atirado e disse que, na verdade, os policiais militares efetuaram alguns disparos para cima porque estavam sendo cercados por pessoas armadas que queriam impedir a prisão de Marcelinho
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